Num momento de solidão, faço uma viagem oo interior daquilo que sou hoje. Encontro neste tão arduo caminho, uma mulher rica em pensamentos, cujos sonhos e delírios a fazem viver o que tanto deseja viver e pobre de corpo e alma, por tanto amor ter para dar e não ter capacidade de o oferecer a quem realmente ama. Pelo decurso vou-me interrogando. Deparo-me com um conjunto de porquês, que me deixam insatisfeita mas, ao mesmo tempo, me transmitem a serenidade que necessito, para acalmar a dor que sinto dentro de mim. Uma espécie de refúgio, onde perdou-o ao meu próprio coração, a alteração do seu rumo. Possivelmente não conseguirei explicar tamanhas contradições mas, quem ama como eu amo, entenderá, certamente, as minhas palavras. Procurei a culpa, mas...
Que culpa tenho eu...
... se o meu coração chama por ti ...
... se os meus pensamentos te pertecem ...
... se os meus olhos te procuram ...
... se o meu corpo pede o teu ...
... se as minhas mãos saciam o desejo que me provocas ...
... se a minha felicidade depende de ti ...
... mas, entendo que no amor não existe culpa. Existe algo para dar e receber. Existe entrega. Existe desejo. Existe tudo aquilo que eu tenho para ti. Procurei libertar-me desta teia, mas...
Como libertar-me...
... se o teu olhar me prende ...
... se as tuas palavras me aquecem a alma ...
... se os teus carinhos me fazem sorrir ...
... se a tua ausência me faz chorar ...
... se a saudade me faz sonhar ...
... se me sinto por ti amada ...
... mas, o amor não se procura. Acontece. Nasce. Cresce. Não se evita. Não se liberta. Não se obriga. Não se desiste. Sente-se. Vive-se. Procurei acalmar a dor...
Como?...
... mantendo a esperaça que me deixe amá-lo ...
... acreditando nas palavras que me dirige ...
... aceitando a sua maneira de ser ...
... refugiando-me nas palavras que lhe deixo ...
... assediando-o quando a coragem mo permite ...
... continuando a Amá-lo, como nunca amei ...
... que mais me resta fazer, se me sinto assim, sem si...
Espelho de mim